Os celulares
realmente causam câncer?
A ligação potencial entre telefones
celulares e câncer é um debate controverso. Inúmeros estudos não conseguiram
fornecer um consenso sobre o grau de risco de câncer causado pelos dispositivos
móveis.
A principal preocupação é que os
telefones possam causar tumores cerebrais. O maior estudo, até agora, fazia
parte do Million Women Study, e incluiu cerca de 790 mil mulheres. Ele não
encontrou nenhuma ligação entre o uso de telefone móvel e tumores cerebrais, e
nem de 18 outros tipos de câncer.
Outro estudo acompanhou mais de 420 mil
usuários de celulares em um período de 20 anos. Nenhuma ligação direta com
tumores foi descoberta.
Outra parte da pesquisa salientou uma
ligação entre o uso de celulares e câncer das glândulas salivares, mas apenas
um pequeno número de participantes do estudo apresentou tumores cancerígenos.
Enquanto isso, um outro estudo recente
sugere um possível aumento do risco de glioma - um tipo específico de tumor
cerebral - para aqueles que utilizam seus celulares por muito tempo. Mas os
pesquisadores não encontraram nenhum aumento no risco de tumor cerebral em
geral.
Em 2012, a Suprema Corte da Itália
descobriu que havia um "nexo de causalidade" entre o uso do telefone
com o diagnóstico de tumores cerebrais de um empresário. Innocente Marcolini,
de 60 anos, usou seu telefone celular por até seis horas por dia, durante 12
anos.
O oncologista Angelo Gino Levis e o
neurocirurgião Giuseppe Grasso, que trataram do caso, argumentaram que os telefones
móveis sem fio emitem radiação eletromagnética causando danos às células e
aumentando o risco de tumores.
Porém, muitos tumores não aparecem em
menos de 15 anos, fazendo estudos de curto prazo sobre o uso do telefone móvel
tornarem-se redundantes.
Os especialistas da Clínica Mayo, nos
EUA, analisaram provas e estudos de casos, e, juntamente com membros da Agência
Internacional para Pesquisa sobre Câncer - parte da Organização Mundial de
Saúde - concordaram que há provas de que a radiação do telefone celular provoca
câncer, mas a confirmação só virá com o tempo e mais pesquisas.
Fonte: www.jornalciencia.com.br
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